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Os funcionários não confiarão na IA se não confiarem em seus líderes

  • innova54
  • 26 de mar.
  • 3 min de leitura

De acordo com as previsões de IA da PwC para 2025, a inteligência artificial está promovendo uma verdadeira revolução na forma de fazer negócios, ao otimizar processos como atendimento ao cliente, tomada de decisões e eficiência operacional. Além disso, essa tecnologia tem o potencial de alterar consideravelmente a forma de gerenciar pessoas, pois sistemas de IA cada vez mais sofisticados são capazes de supervisionar e organizar tarefas de modo integrado, aproximando a atuação de profissionais humanos e ferramentas tecnológicas.

Apesar de o uso da IA ter saltado de 55% em 2023 para 78% em 2024, conforme dados da McKinsey, muitos colaboradores ainda demonstram certo ceticismo. Pesquisas recentes revelam preocupações relacionadas à confiabilidade da IA, aos riscos inerentes à sua adoção e à possível substituição de empregos. Segundo o estudo Responsible AI da PwC, apenas 58% das empresas realizaram uma avaliação inicial dos riscos associados à IA, o que reforça as inseguranças dos funcionários acerca de possíveis consequências negativas.

Estudos em gestão identificam que a principal causa dessa desconfiança é a percepção de que a IA não é “empática”. Em outras palavras, muitos profissionais têm dúvidas sobre até que ponto a tecnologia serve aos seus interesses ou apenas representa uma ameaça a seus postos de trabalho. Além disso, essa desconfiança se estende aos líderes, pois as metas estabelecidas pela gestão para a adoção da IA influenciam diretamente como as pessoas enxergam a tecnologia. Nesse sentido, torna-se crucial encontrar um equilíbrio entre o uso eficiente da IA e práticas de liderança responsáveis e transparentes, demonstrando uma preocupação legítima com o bem-estar dos colaboradores e reforçando o papel da IA como impulsionadora de crescimento profissional, e não como um risco à estabilidade laboral.



IA e a capacidade de ser empática

Os sistemas de IA já evoluíram a ponto de identificar padrões complexos nas interações humanas, contribuindo para automatizar processos como atendimento ao cliente, recomendações personalizadas e organização de fluxos de trabalho. Ao analisar uma grande quantidade de dados — incluindo mensagens de texto, gravações de voz e até mesmo gestos — a tecnologia pode mapear preferências, ajustar sua linguagem e até simular empatia ou firmeza, dependendo de como for programada.

Entretanto, embora a IA seja capaz de refletir os valores declarados e praticados por uma organização — a exemplo do que fez a Salesforce em 2017, ao usar IA para reduzir preconceitos em suas decisões —, ela não detém uma empatia genuína. Por operar com algoritmos e padrões estatísticos, a IA não tem consciência ou vontade próprias. Diante disso, muitos colaboradores percebem a limitação da tecnologia em “se importar” de fato com seu bem-estar, o que dificulta o surgimento de uma confiança plena.

Recomendações

Para que a adoção da IA seja bem-sucedida, não basta aprimorar unicamente aspectos técnicos — como a abertura de códigos, a criação de ferramentas de IA explicáveis ou a realização de auditorias para avaliar riscos e desempenho. É igualmente importante que a liderança atue de forma autêntica e comprometida, demonstrando interesse real pelos interesses dos colaboradores. Quando a tecnologia é combinada com uma liderança empática, participativa e focada no desenvolvimento das pessoas, abre-se espaço para uma experiência mais positiva com a IA.

Em resumo, o êxito na adoção da IA exige soluções tecnológicas robustas, capazes de garantir precisão, confiabilidade e redução de vieses, e lideranças empáticas e engajadas, que promovam discussões abertas sobre o uso da tecnologia e ofereçam capacitação para ampliar a “alfabetização digital” dos colaboradores. Dessa forma, as equipes passam a perceber a IA não como uma ameaça, mas como uma aliada que potencializa o desempenho individual e coletivo, permitindo que a organização inove com mais segurança e agilidade.

Conclusão

A adoção da inteligência artificial tem potencial para transformar processos e impulsionar a produtividade em diversas áreas de uma organização. No entanto, a confiança dos colaboradores na IA é tão importante quanto a sua eficiência técnica. Para que a tecnologia seja realmente benéfica, as empresas precisam equilibrar recursos avançados de IA com lideranças que adotem práticas transparentes, participativas e empáticas.

Quando a IA é desenvolvida e aplicada de forma responsável, com ações que promovam o bem-estar da equipe, ela pode se tornar uma verdadeira aliada do crescimento profissional e da inovação. Empresas que souberem alinhar a excelência tecnológica à gestão centrada nas pessoas estarão mais preparadas para enfrentar os desafios do futuro, criando ambientes de trabalho produtivos, colaborativos e pautados pela confiança mútua. Esse texto foi criado com suporte da IA e baseado no artigo “Employees Won’t Trust AI If They Don’t Trust Their Leaders” da Harvard Business Review.

 
 
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